Argumentar de forma lógica e defender seus pontos de vista são habilidades que você precisa cultivar para crescer pessoalmente e profissionalmente.
Por outro lado, é importante ter cuidado com aquilo que você lê ou ouve. Nem sempre novas ideias ou propostas são apresentadas de maneira lógica e honesta. Fique mais equipado para questionar e desmascarar argumentos fracos que de outra forma poderiam passar como racionais e verdadeiros.
Falácia: que bicho é esse?
Uma falácia é “uma espécie de mentira, um argumento aparentemente válido, porém logicamente inconsistente ou que é falho no suporte eficaz do que se pretende provar”.
Podem ser usados inconscientemente e sem má-fé (neste caso classificados como paralogismos) ou propositalmente, com o objetivo de enganar e iludir (tornando-se sofismas).
As falácias são estudadas e listadas há pelo menos 2500 anos, desde a Grécia Antiga. Existem dezenas delas.
Conheça alguma falácias comuns
Seguem 15 das falácias mais comuns para seu conhecimento. Acrescentei um exemplo simples e um antídoto para você se defender dessas falácias. Boa leitura!
1. Falácia do Apelo à Força- Usa ameaça com consequências desagradáveis para impor o argumento.
- Lembre-se de que um argumento que apela à força não é racional e não tem relação com a verdade ou a falsidade da que se diz.
2. Falácia do Apelo à Misericórdia
- Apela à piedade, à misericórdia para obter aquilo que quer.
- Lembre-se de que quem argumenta assim foge do assunto principal.
- Sugere que quanto mais pessoas defendem uma ideia mais verdadeira ou correta ela é.
- Se todos quiserem pular de um prédio alto, você também quer? O fato de a maioria acreditar em algo não torna isso verdadeiro.
- Consiste em citar uma autoridade para sustentar uma opinião.
- Nem sempre uma opinião é verdadeira só porque é defendida por uma autoridade.
- Consiste no erro de afirmar que algo é melhor porque é mais novo.
- Mostre que o progresso ou a inovação tecnológica não implica necessariamente que algo seja melhor.
- É o erro de afirmar que algo é bom, correto apenas porque é antigo ou tradicional.
- Argumente que o fato de um grande número de pessoas durante muito tempo ter acreditado que algo é verdadeiro não é motivo para se continuar acreditando.
- Consiste em apresentar apenas duas opções, quando, na verdade, existem mais.
- Mostre que há outras opções.
- Frases e ditados são, na realidade, verdades relativas.
- Mostre que mesmo provérbios diferentes se contradizem (“Ruim com ele, pior sem ele.” contra “Antes só do que mal acompanhado”).
- É uma afirmação de caráter geral, radical e que, por isso, leva a uma conclusão falsa. Para quem sofre do coração, o exercício é ruim.
- Mostre que há necessidade de especificar melhor o enunciado.
- Trata-se de tirar uma conclusão com base em dados ou em evidências insuficientes.
- Argumente que não se pode usar alguns membros do grupo para julgar todo o grupo. É por isso que essa falácia está intimamente relacionada ao preconceito e piadas racistas (por exemplo judeus são avarentos, português é sem inteligência, etc).
- Consiste em atacar, em desmoralizar a pessoa e não seus argumentos.
- Mostre que o caráter da pessoa não tem relação com aquilo que ela defende.
- Joga com resultados ou consequências que podem ou não ocorrer.
- Desafie as previsões.
- É o erro de acreditar que em dois eventos em sequência um seja a causa do outro.
- Mostre que correlação não é causação. Pode ter sido apenas uma coincidência.
- Consiste em comparar objetos ou situações que não são comparáveis entre si.
- Mostre que o que vale para uma situação não vale para outra.
- Consiste em transferir ao ouvinte a responsabilidade de provar o argumento.
- Mostre que o ônus da prova cabe a quem faz a afirmação.
Conclusão
Para fixar o conhecimento sobre as falácias, sugiro a leitura do divertidíssimo conto “O amor é uma falácia” de Max Shulman. Desafio você a não rir! Pegue aqui.
E claro, não deixe de pesquisar mais sobre o assunto.
E aí? Este conhecimento será útil para deixar você mais protegido contra argumentos falaciosos?
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