Sabe qual é o seu principal mecanismo de sobrevivência? Ele se chama estresse. Isso quer dizer que literalmente o estresse poderá salvar sua vida um dia. Mas também poderá te matar…
Como assim?
Quando nossos antepassados pré-históricos ficavam face a face com uma situação perigosa (como, por exemplo, um tigre dentes-de-sabre) eles precisavam reagir, seja lutando, seja fugindo.
Para isso o corpo possui um mecanismo sensacional de reação. Já ouviu falar de um hormônio chamado adrenalina?
A adrenalina rapidamente aumenta os batimentos cardíacos (pressão arterial maior), queima energia das células adiposas e eleva o nível de açúcar no sangue (tudo para suprir de energia os músculos das pernas e dos braços). Ao mesmo tempo minimiza o fluxo sanguíneo nos vasos e no intestino (para diminuir hemorragias em caso de ferimentos). Os músculos do corpo se retesam e o cérebro passa para um estado de alerta.
Hoje em dia, felizmente, não encontramos tigres dentes-de-sabre reais circulando pelas ruas de nossas grandes cidades. Porém temos alguns substitutos para eles, os quais eu chamo de “tigrinhos” da vida moderna (estressores).
Além de morte, divórcio, dívidas, prisão e demissão, acontecimentos menos óbvios contribuem significativamente para o estresse:
- Perfeccionismo, errar e sentir vergonha por isso;
- Preocupação excessiva;
- Não dominar algo e sentir vergonha;
- Pressa;
- Casamento;
- Reconciliação conjugal;
- Gravidez;
- Problemas com o chefe;
- Férias;
- Aposentadoria;
- Grandes conquistas pessoais;
Mas diferente de nossos tatatataravós, nós não partimos para a agressão física e nem saímos correndo de nossas mesas de trabalho. E com isso toda a adrenalina liberada no organismo fica sem função…
24% das mulheres se sentiram extremamente mais estressadas no último mês, em comparação a 17% dos homens.
Efeitos do estresse prolongado
O estresse não vai causar estragos de um dia para o outro. Mas se a situação persistir, começa-se a notar:
- sensação de cansaço constante;
- sono irregular (dormir demais ou pouco);
- tensão muscular;
- formigamento (na face ou nas mãos, por exemplo);
- problemas de pele;
- hipertensão;
- mudança de apetite;
- alterações de humor;
- desinteresse;
- problemas de atenção, concentração e memória;
- ansiedade;
- depressão;
É possível acabar com o estresse?
Nem que você quisesse seria possível e nem recomendado acabar com o estresse. Ele sempre terá um papel importante na sua vida.
O que você precisa mesmo fazer é controlar melhor o botão de emergência que dispara o estresse: a sua ansiedade.
Para isso é importante que você esteja preparado fisicamente e mentalmente para as situações do dia a dia.
Vencendo o estresse
Quem você acha que se sai melhor diante de um tigre dentes-de-sabre: o homem completamente despreparado e desarmado ou aquele que carrega sua lança? É claro que o homem armado sentirá menos ansiedade diante da ameaça.
Por isso indico algumas “armas” para você estar mais no controle de sua própria ansiedade e vencer o estresse.
- Não esquente a cabeça à toa. Você sabia que 85% dos temores que causam ansiedade nas pessoas não se concretizam? E que quando se concretizam, 80% das pessoas afirmam conseguir lidar com o desafio melhor do que esperavam? Confie na sua capacidade de lidar com a situação. “Venha o que vier. Se for bom, abrace. Se for ruim, deixe que passe”.
- Viva no presente, no agora. “Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.” (Mateus 6,34)
- Admita a própria vulnerabilidade sem se preocupar com o que os outros pensam. Falar a verdade nos tira um peso. Reconheça seus erros.
- Seja mais organizado. Prepare-se com antecedência para as tarefas do dia a dia.
- Durma bem, alimente-se bem, exercite-se bem, faça coisas que você goste todos os dias.
- Aprenda a dizer não. Reconheça seus próprios limites.
- Delegue responsabilidades e esteja preparado para lidar com os erros dos demais.
Gratidão, no mínimo uma dose por dia.
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[…] Se quiser saber mais sobre como funciona esse mecanismo, leia o o artigo que escrevi anteriormente sobre issso. […]