Sim, a SBP é real. A Síndrome do Banco Pintado atinge mihares de pessoas e organizações. Com toda certeza você também conhece alguém que tem SBP.

Então, para você entender melhor o que ela é e quais são os sintomas dessa curiosa síndrome, vou contar a estória que está por trás do nome dela. Continue lendo e você já vai entender.

Porque síndrome do “Banco Pintado”?

Aconteceu há alguns anos, num certo quartel, de certa cidade, de certo país. O comandante responsável pelo regimento ali aquartelado resolveu dar um passeio pelos jardins do quartel, para assim ter um momento de paz em meio ao seu cansativo dia de trabalho.

Ele caminhava pela bela e florida praça quando reparou no único banco de madeira que havia por ali. Era um banco típico, desses que a gente encontra nas praças das nossas cidades, para os visitantes sentarem e apreciarem o ambiente em volta.

O comandante percebeu que aquele velho banco já estava precisando de uma boa reforma. E se algo precisava ser consertado, então tinha que ser consertado.

No dia seguinte, bem cedo, o zeloso comandante designou dois de seus soldados para realizar a reforma. Os soldados prontamente obedeceram e lá se foram para executar as ordens do seu comandante.

Primeiro começaram raspando toda a tinta velha. Depois lixaram o banco até que a madeira ficasse suave ao toque. E, para finalizar o trabalho, aplicaram uma camada novinha de tinta branca.

O comandante ficou muito satisfeito com o serviço dos dois. E para evitar que algum soldado mais desavisado sentasse no banco com a tinta ainda fresca, o prevenido comandante emitiu novas ordens. Ordenou que um soldado montasse sentinela ao lado do banco para impedir que alguém sentasse nele antes da hora e arruinasse a pintura.

Mas a vida é cheia de surpresas…

Nesse mesmo dia, de maneira totalmente inesperada, o comandante do quartel foi transferido às pressas para outra localidade. Como a tropa não podia ser deixada sem comando, já na manhã seguinte foi enviado o novo substituto.

Ao tomar posse do cargo, o novo oficial prudentemente teve o cuidado de examinar as ações mais recentes do antigo comandante. Ao encontrar a ordem para manter uma sentinela na praça do quartel para guardar o banco do jardim, o novo comandante não teve dúvidas. Repetiu a ordem em seu primeiro dia de comando. E repetiu também em todos os outros dias que se seguiram…

Conclusão da estória? Já se passou mais de vinte anos desde que o primeiro comandante mandou que um soldado guardasse o banco do jardim. Desde então muita coisa mudou no quartel. Muitos comandantes vieram, comandaram e foram substituídos por outros comandantes. Muitos soldados vieram, serviram no quartel e se foram.

Porém, uma coisa tem se mantido igual por lá. Todo dia, um soldado vigilante garante que ninguém se sente no banco do jardim. O único problema é que ninguém mais sabe por quê.

Moral da estória

A estória acima ilustra bem o principal sintoma da SBP: fazer as coisas todos os dias sem questionar e sem parar para refletir nas razões de fazê-las ou sem ao menos pensar em como fazer diferente.

E então? Reconheceu os sintomas em você? Quais são os “bancos pintados” que existem no seu dia a dia?

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Sobre o Autor

Antonio Albiero
Antonio Albiero

Antonio Albiero é Mentoterapeuta Integrativo, Engenheiro e Educador. Atua na indústria há 30 anos e há mais de uma década tratando, mentorando evoluindo e desenvolvendo pessoas.