É poderoso. É prazeroso. É de graça. Faz bem. Neste artigo, você vai aprender como tirar melhor proveito do ato fisiológico mais importante dos seres vivos: a respiração.

A estória de uma aposta

Três amigos – o alimento, a água e o ar – fizeram uma aposta para provar qual deles era o mais importante para o homem.

O alimento se retirou de cena e sem ele o homem sobreviveu por três semanas. Depois foi a vez da água provar sua importância. Ela se retirou e sem ela o homem sobreviveu por três dias.

Quando a água, toda orgulhosa, já cantava sua vitória, foi a vez do ar se retirar da cena. Para espanto do alimento e da água, sem o ar o homem sobreviveu apenas três minutos!

Essa estória mostra o “óbvio ululante”: que respirar é importante para a sobrevivência humana. Mas será que você realmente dá a devida importância à sua respiração?

Por que respirar?

Os pulmões são a maior superfície de contato do nosso corpo com o meio externo. Se fosse possível desdobrar alvéolo por alvéolo, eles ocupariam uma área equivalente a uma quadra de tênis.

Os pulmões possuem uma rede de vasos sanguíneos muito extensa, para permitir que o sangue circule e entre em contato com o ar. Quando o ar e o sangue se encontram, o oxigênio do ar passa para o sangue e, por meio deste, é enviado aos tecidos do corpo.

Assim como o oxigênio entra na corrente sanguínea, o gás carbônico presente no sangue venoso, resultado final de grande parte de nosso metabolismo celular, é eliminado.Guia Prático de Saúde e Bem-Estar

Mais do que os olhos podem ver…

Note que em latim as palavras spirare (respirar) e spiritus (espírito) são bem parecidas. Em grego, psyque significa tanto respiração como alma. Em sânscrito temos atman (alma) e em alemão atmen (respirar).
Na Bíblia, Deus “soprou” para dar vida ao homem de barro que havia criado.

Essa herança linguística mostra que não é de hoje que se sabe que respirar é mais do que uma necessidade fisiológica. É também uma espécie de ligação com aquilo que é transcendente, que ultrapassa as barreiras do físico.

Psicologicamente falando…

Como muitas outras coisas no Universo, a respiração é formada por uma polaridade, isto é, dois polos opostos: inspirar e expirar (outros exemplos: dia/noite, saúde/doença, positivo/negativo etc).

Ao inspirar nos abrimos para receber o novo, o fresco. Ao expirar, devolvemos aquilo que recebemos, abrindo assim espaço para mais do novo.

Costumamos usar expressões como “estou com falta de ar” ou “não consigo respirar livremente” para indicar que nos sentimos tolhidos e sem liberdade.

E ainda “ficar sem fôlego” para indicar uma grande emoção positiva, significando que liberamos o antigo (=ficar sem) para dar espaço ao novo.

Entendi. O que faço para respirar melhor?

Os hindus têm uma lenda que diz que cada ser humano ao nascer possui um número fixo e limitado de respirações para realizar em sua vida.

Como não sabemos quanto é esse número, os mestres hindus ensinam que devemos respirar mais lentamente para prolongar a vida.

Além disso, existe um vínculo cibernético entre nossos estados interiores e a nossa postura corporal:

Estado Interior flecha a direita Corpo
Quando você está irado e irritado, você consegue sorrir? Consegue sentir uma grande felicidade e ao mesmo tempo armar uma cara fechada, sisuda e carregada?
O mesmo vale para a respiração. Quando estamos ansiosos e irritados ela é superficial (só peito) e rápida. Quando estamos relaxados e calmos ela é profunda (abdômen) e lenta.
Vou passar um conhecimento para você aplicar imediatamente em sua vida.
A seguinte situação também é verdadeira:
Corpo flecha a direita Estado Interior
Ao conscientemente respirar de modo profundo e calmo, nosso estado interior “é forçado” a ser sereno e calmo. Com isso passamos a ter:
  • controle consciente sobre a ansiedade;
  • reduzimos os batimentos cardíacos;
  • tornamos nossos pensamentos mais claros e afiados;
  • temos mais recursos interiores para as necessidades do dia a dia.
Legal, né? Use e abuse.

Outra prática excelente:
A partir de uma posição relaxada, sentado ou deitado, pratique a respiração 4x4x4: de forma lenta e ritmada inspire contando mentalmente até 4, segure o ar contando até 4 e expire contando até 4.
Quando você estiver craque, passe a usar seus batimentos cardíacos como referência de contagem.

Vamos conversar?

Como essas práticas podem contribuir para melhorar a sua qualidade de vida? Deixe seus comentários abaixo.

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Sobre o Autor

Antonio Albiero
Antonio Albiero

Antonio Albiero é Mentoterapeuta Integrativo, Engenheiro e Educador. Atua na indústria há 30 anos e há mais de uma década tratando, mentorando evoluindo e desenvolvendo pessoas.

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