Tive o privilégio de trabalhar com Marcelo (nome fictício) por cinco anos na mesma empresa. Marcelo era um engenheiro sênior de mais alta qualidade e competência, uma inspiração não só para mim como para vários outros colegas. Porém dia após dia seu ponto fraco o conduziu, pouco a pouco, para a sua demissão.

Se quiser saber como você está em relação a esse mesmo ponto fraco, continue lendo. Tenho uma surpresa para você mesmo verificar em que pé você está.

O caso do Engº Marcelo

Desde que conheci o Marcelo, ele foi o meu modelo de engenheiro. Seu domínio técnico e longa experiência em nossa área de trabalho eram espetaculares, para dizer o mínimo. Sempre achei “bonito” acompanhar as explicações dele a respeito de um problema para o qual ele sempre tinha uma ideia de como solucionar.

Ver o Marcelo pegar sua caneta para rabiscar os croquis e as equações matemáticas e físicas durante as nossas conversas foram motivações para voltar a aprofundar o estudo da física. Foi com ele que eu entendi a beleza de se criar soluções elegantes para os problemas de engenharia.

Porém a lição mais importante que eu aprendi com o Marcelo não foi na área técnica. A lição mais valiosa que eu recebi dele foi na área humana. Marcelo tinha uma falha muito séria enquanto profissional. Ele não se dava bem com pessoas.

Seu brilhantismo o impedia de ouvir seus colegas e principalmente seus gestores a respeito de como abordar os clientes de maneira apropriada, de como conviver em equipe e de como conduzir os projetos sob sua responsabilidade.

Apesar de Marcelo ser muito inteligente para resolver problemas lógicos e de engenharia, ele tem a mesmo fraqueza que milhares de outros profissionais têm. Uma séria deficiência de um outro tipo de inteligência. A inteligência emocional.

Inteligência Emocional

Recentemente uma colega coach, com muitos anos de experiência na área de Recursos Humanos disse algo que me impressionou por ser muito marcante. Segundo ela, 80% das contratações feitas pelas empresas ainda são feitas com base na inteligência racional-lógico-matemática, o famoso quociente intelectual (QI). Mas 80% das demissões são causadas pela baixa inteligência emocional (QE) dos funcionários. Burrice emocional?!?

Preparei o gráfico a seguir, que resume muito bem de que é composta a inteligência emocional.

Se você reparar bem neste gráfico, ele mostra que a Inteligência emocional é formada pelas capacidades de perceber e gerenciar não só as próprias emoções (EU) mas também as das pessoas com quem você se relaciona (OS OUTROS). A soma das habilidades descritas em cada quadrante do gráfico formam a sua inteligência emocional.

Atualmente, não basta ser intelectualmente brilhante. É necessário ter a habilidade de se integrar bem e trabalhar harmoniosamente em equipe, apoiar e desenvolver pessoas, compreender as fraquezas próprias e as dos demais, manter-se calmo em situações estressantes, gerenciar com justiça e sensibilidade. Ou seja, ter alto quociente de inteligência emocional.

Quer mais um exemplo? De quem você prefere comprar: de uma empresa que tem um bom produto porém um péssimo serviço de atendimento ou de uma que além do bom produto também tem um ótimo atendimento? Tà vendo? Até você concorda que ter inteligência emocional é importante.

Infelizmente, presenciei a demissão de Marcelo e a sua reação. Ele não compreendia o porquê. Ele não era peça fundamental no corpo técnico da empresa? Não era ele o vencedor de diversos prêmios e reconhecimentos profissionais? Não era ele um dos funcionários com mais tempo de casa? Pois é, Marcelo… Não foi suficiente.

A surpresa prometida

Fica aqui o alerta. Para que a mesma situação não aconteça contigo, preparei um teste online para você mesmo avaliar o seu Quociente de Inteligência Emocional (QE). Convido você a fazer o teste e refletir sobre as perguntas e sobre o resultado.

Para saber mais

Um ótimo livro, que é referência na área, é o “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman. Pretendo também escrever mais artigos sobre o assunto em breve, particularmente sobre cada uma das habilidades representadas no gráfico acima. Fique ligado nos próximos artigos.

Conversemos

Vamos discutir e aprofundar mais o tema, pode ser?

Você conhece pessoas como o Marcelo? Muito inteligentes intelectualmente mas sem tato para lidar com pessoas?

Você concorda que um QE elevado é muito importante não só para o sucesso pessoal mas também para o sucesso corporativo? Deixe seus comentários e experiências a respeito.

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Sobre o Autor

Antonio Albiero
Antonio Albiero

Antonio Albiero é Mentoterapeuta Integrativo, Engenheiro e Educador. Atua na indústria há 30 anos e há mais de uma década tratando, mentorando evoluindo e desenvolvendo pessoas.