Existe um meio rápido e seguro de ser querido e ao mesmo tempo incentivar os demais a darem o melhor de si. Faça isto e observe o ambiente a sua volta transformar-se como num passe de mágica.

A história de um menino

Certo dia, durante a aula, uma professora percebeu que seus jovens alunos entraram em pânico e que o caos se instalou na sala. Só se ouviam os gritos de “Um rato! Um rato na sala!”

Com algum custo, a professora conseguiu finalmente acalmar as crianças. Mas, que fazer? As crianças, todas mais ou menos com nove anos, não conseguiriam mais se concentrar e seria impossível continuar a aula com aquele visitante inesperado ainda escondido na classe.

Ela resolveu então pedir ajuda a um de seus alunos, o menino Stevie Morris. A professora sabia que o garoto, cego de nascença, tinha uma audição apurada, desenvolvida justamente para compensar sua falta de visão.

Stevie ficou encantado com o pedido e sentiu-se extremamente orgulhoso por ser dado a ele tão importante tarefa. Ali, de sua carteira mesmo, com seu ouvido apurado, localizou onde estava escondido o rato invasor.

O reconhecimento e a valorização dados por sua professora à sua capacidade auditiva foi a semente para que um grande amor pela música começasse. Steve Morris veio mais tarde a adotar o nome artístico de Stevie Wonder.

A ânsia por ser grande

Desde antes do início do século 20, pesquisadores dedicaram-se a estudar os elementos que motivam os seres humanos. Todas as pesquisas convergiram para um elemento comum: sentir-se importante, ser notado.

Vale a pena citar:

  • Segundo Freud, o “pai da psicanálise”, nossos grandes motivadores são o desejo sexual e o desejo de ser grande.
  • Outro filósofo americano, John Dewey, já dizia que o ser humano tem o desejo inato de ser importante.
  • Segundo o psicólogo americano Abraham Maslow, assim que suas necessidades fisiológicas (comer, beber, dormir, excreção, sexo etc) e de segurança (abrigo, estabilidade etc.) forem satisfeitas, surge então a necessidade pelo reconhecimento e respeito dos demais.

Basta que você observe a si mesmo e as pessoas ao seu redor para chegar à mesma conclusão: queremos ser importantes. É uma espécie de “egoísmo” próprio da natureza humana.

Quer alguns exemplos?

  • Ao olhar pela primeira vez uma foto sua no meio de um grupo de pessoas, quem é que você olha primeiro?
  • E se alguém fura a fila na sua frente?
  • Qual é a sensação de ser elogiado e reconhecido?
Assim, temos uma necessidade muito grande de nos sentirmos valorizados e respeitados. É de nossa natureza humana.

Já ouviu histórias de pessoas que fingem uma doença para assim conseguir a atenção de seus familiares? E relatos de ladrões e assassinos que ao serem presos querem saber se os jornais e as TVs falaram do que eles fizeram? Sim, isso existe. É a fome por reconhecimento mostrando seu lado mais negro…

Adivinhe o que certas pesquisas indicaram como sendo uma das principais causas para as separações dos casais? Isso mesmo. A falta de reconhecimento. O mesmo pode-se dizer dos trabalhadores e equipes de trabalho. Sem reconhecimento, sem satisfação.

Pense nisto: diariamente 95% das pessoas que encontramos estão bem alimentadas no corpo mas morrendo de fome por reconhecimento e apreciação.

Alimentamos os corpos de nossos cônjuges, filhos, familiares e funcionários mas descuidamos completamente de seu apetite urgente por valorização e reconhecimento.

Uma simples mudança de atitude

Quer que as pessoas gostem de você? Quer ser bem recebido? Então desenvolva a habilidade diária de elogiar sinceramente os demais. Se possível, publicamente.

Poderia um homem faminto se esquecer daquele que lhe deu pão para saciar sua fome? Do mesmo modo, as pessoas não se esquecem daqueles que lhe dão o “pão da apreciação sincera”.

A apreciação e a liderança

“A maior força que possuo, e o meio mais eficiente para desenvolver o que de melhor há em um homem é a apreciação e o encorajamento. Nunca critico quem quer que seja.

Acredito no incentivo que se dá a um homem para trabalhar. Assim, sempre estou ansioso para elogiar, mas repugna-me descobrir faltas. Se gosto de alguma coisa, sou sincero na minha aprovação e pródigo no meu elogio.”Charles Schwab

Elogiar sim. Bajular nunca!

A proposta aqui é elogiar sinceramente, do fundo do coração. É reconhecer uma qualidade ou ação do outro com admiração. Em nenhum momento, falo sobre a bajulação.

  • O elogio é pão saboroso, a bajulação é pão embolorado e estragado.
  • O elogio é sincero, a bajulação é falsa.
  • O elogio vem do coração, a bajulação é da boca para fora.
  • O elogio é bem-recebido. A bajulação é prontamente percebida e odiada.

Sua missão, caso resolva aceitá-la…

Proponha-se pelos próximos 21 dias a elogiar sinceramente 3 pessoas por dia.

Diga o que você aprecia na pessoa, seja uma qualidade pessoal ou o resultado de um trabalho. Ah, e não critique ninguém.

Observe como esse gesto altera os relacionamentos e a atmosfera a sua volta.

Relate seus resultados nos comentários do artigo, ok? Como essa prática o ajudou?

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Sobre o Autor

Antonio Albiero
Antonio Albiero

Antonio Albiero é Mentoterapeuta Integrativo, Engenheiro e Educador. Atua na indústria há 30 anos e há mais de uma década tratando, mentorando evoluindo e desenvolvendo pessoas.