Uma coisa é certa: ou você é uma águia ou uma galinha. Então, me diga: qual das duas opções é você?
A parábola que trago hoje vai ajudá-lo a decidir se você quer ser uma águia ou uma galinha. Isto é importante. Então continue lendo, entenda a diferença e decida de uma vez por todas qual ave você quer ser.

Ouça também o episódio correspondente do podcast Papo de Coach:

As origens da parábola da águia e da galinha

Leonardo Boff relata em seu livro “A águia e a galinha” a história que foi contada um século atrás pelo educador ganense James Aggrey a seus compatriotas de Gana para motivá-los a perceberem qual era a sua postura debaixo do poderio do império britânico. E é esta história que hoje adaptei para escrever este artigo.
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A águia que virou galinha

Um camponês estava caçando na floresta próxima de sua casa quando se deparou com um filhote de águia, aparentemente doente. Resolveu ficar com aquela ave magnífica. Capturou o filhote e o levou para sua casa.

O camponês cuidou da águia até ela ficar curada. Depois, colocou a águia junto com as galinhas no seu galinheiro.
Como todas as outras galinhas a águia era alimentada algumas vezes com milho e outras vezes era solta para ciscar com suas companheiras no terreiro.

Cinco anos se passaram. Certo dia passava por ali um homem sábio que pediu hospedagem ao camponês por alguns dias.

Enquanto passeavam pelo jardim, o homem alertou “Este pássaro aí não é uma galinha. É uma águia. Olhe para a extensão de suas asas! Devem ter uns três metros de ponta a ponta…”.

“Sim, eu sei” – respondeu o camponês – “É águia, mas eu a criei como galinha. Não é mais águia. Transformou-se em galinha como as outras”.

“Impossível. Ela é e será sempre uma águia, a rainha das aves.” – retrucou o homem – “Tem coração de águia e esse coração fará com que um dia voe até seu lugar próprio, nas alturas”.

“Não, não!” – insistiu o camponês. “Ela virou galinha e jamais deixará de ser uma galinha”.

Decidiram os dois colocar a águia a prova. O homem tomou a águia, olhou-a nos olhos, ergueu-a bem alto e disse: “Você é uma águia! Você pertence ao céu e não à terra. Abra suas asas e voe!”

Porém, a águia ficou o tempo todo com olhar distraído, sem parecer se importar. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. Pulou para junto delas.

O camponês riu da cena: “Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!”

Sem se dar por vencido e confiando totalmente no coração da águia, o homem resolveu tentar novamente no dia seguinte. Subiu no teto da casa com a águia e novamente lhe disse:
“Águia, você é a rainha das aves, abra suas asas e voe”!

Desta vez a águia olhou um pouco mais para o céu, pensativa. Mas quando olhou para baixo, viu as galinhas ocupadas ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.

O camponês só ria. Repetiu, com tom de deboche: “Eu já disse e você não quer acreditar. Ela virou galinha”.

“Não” – respondeu firmemente o homem. “Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar”.

Na manhã seguinte, bem cedo, o dois pegaram a águia e a levaram para um local distante da cidade, para o alto de uma montanha. O sol nascia e enchia de luzes os picos das montanhas. A grandiosidade daquele cenário era maravilhosa. A vista alcançava distâncias inimagináveis.

O homem ergueu a águia para o alto e disse: “Águia, você pertence ao céu, para reinar e dominar. Abra suas asas e voe”!

A águia olhou ao redor, trêmula. Desta vez não voltou ao chão. Sentia o chamado da vastidão do horizonte no mais fundo do seu coração. Abriu suas fortes asas, crocitou forte o típico kau-kau que as águias fazem e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou… voou.. até confundir-se com o azul do firmamento…

Decida-se: uma águia ou uma galinha?

  • Todos nós somos águias que pensam ser galinhas. Você tem coração de águia! Não se contente com os grãos que jogam a seus pés para ciscar. Só você é o seu limite.
  • Na sua vida, o que ou quem tem sido seu homem sábio e o que ou quem tem sido seu camponês? A qual deles você tem ouvido mais?
  • Sonhe um pouco agora: se nada que você fizesse pudesse sair errado, se você “abrisse suas asas e voasse”, até onde você chegaria? Experimente e se surpreenda.
  • Já considerou fazer um processo de Coaching para libertar a águia que há em você?
Escreva seu comentário abaixo e declare para o mundo ouvir qual é a ave que você prefere ser!

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Sobre o Autor

Antonio Albiero
Antonio Albiero

Antonio Albiero é Mentoterapeuta Integrativo, Engenheiro e Educador. Atua na indústria há 30 anos e há mais de uma década tratando, mentorando evoluindo e desenvolvendo pessoas.

5 Comentários


  1. Li um livro a muito tempo chamado Seus Pontos Fracos, de Robert W. Wayne, nele fala-se que a mente humana hora se prende ao passado, descadeando culpa, hora está no futuro, desencadeando ansiedade, poucas pessoas vivem plenamente o presente e se liberta dos condicionamentos acumulados durante a vida. Vi muito disso nessa parábola, quando crianças, somos reis por natureza, nos amamos e gozamos plenamente da nossa potencialidade humana, mas daí começamos a ser doutrinados na vida: Não faça isso! ..Isso não é pra vc! Nunca responda aos outros! Isso é contra a religião! e outras coisas mais…..quando chegamos a idade adulta, temos grandes fardos de rótulos e modos colados em nós, pela família, sociedade, igreja, política, que aqui encaro como os camponeses históricos. Perdemos nossa originalidade e a nossa visão de que somos filhos de Deus, não tanto no sentido religioso, mas no sentido natural mesmo, porque somos criaturas dotados de capacidade exuberante e quando acreditamos, toda a potencialidade de Deus aflora em nós.
    Desvencilhar destas amarras nem sempre é fácil, por isso, concordo que temos que exercitar essa libertação, para nos voltarmos a nossa genialidade e condição natural de desbravadores do mundo.

    • Excelente colocação, Wagner! De fato, precisamos de um homem sábio (ou um livro sábio) para nos lembrar de que somos águias e que nós mesmos somos o nosso limite. E no seu caso, quem ou o que tem sido seu “camponês”? Abraço!

      • Antonio, fazendo uma análise profunda, me lembrei de que a questão econômica foi para mim um grande Camponês. Quando fui entrar na faculdade e tinha que pagar a matrícula, nossa situação na época não era boa, embora eu tivesse me destacado a vida toda na escola, ouvi de meu pai que não seria possível, e ao tentar argumentar, em desespero, porque eu não conseguia me imaginar sem continuar estudando, ouvi ele falar muito alterado “Filho de pobre não estuda, vai panhar café”. Lógico, sei que meu pai sangrou ao me falar assim, na sua falta de tato, ele tentava me fazer entender, mas foi tão frustrante que marcou. De fato eu já havia desistido de fazer cursinho pré-vestibular, exatamente por não ter condições e aquele curso que eu me interessei então era o que podíamos. Mas, é aquilo, consegui emprestimo, paguei depois, me formei, trabalhei, mudei de área, hoje trabalho em uma área que nem me imaginava, mas amo o que faço. E nunca me conformei em pensar que não poderia fazer algo porque não tinha dinheiro. Essas coisas colam na gente, ferem a estima, machucam e disso derivam outros subjugamentos. Penso hoje, que ainda me deixo incomodar por coisas assim, mas é uma luta psicologica constante, mas a auto-afirmação positiva é sempre o primeiro passo. Disso não abro mão, o pensamento é a força da escolha.

        • Nossa, Wagner! Que bacana a sua história. Você realmente personificou a águia nessa situação específica de sua vida. Parabéns mesmo!!!
          Tenho certeza que o seu pai, ao falar desse jeito, só o fez por conta da preocupação dele com o bem-estar geral da família… (minha hipótese)… Mas o importante é honrar e respeitar o seu passado, pois foi ele que tornou você o que é hoje. E vamos em frente! :))

  2. Isso acontece porque muitos de nos acreditamos na historia errada, muitos de nos estamos vivendo uma historia que e, de fato, limitadora e falsa. E hora de deixarmos de ser galinhas presas a terra, cheias de crencas limitantes, e nos tornarmos aguias douradas, livres pelo ceu, autoconfiantes e heroinas de suas historias.